Magnífica reprodução a bico de pena do meu grande amigo XICO (Francisco Carlos S. da Silva) Arquiteto da UFRGS e Designer Gráfico de primeira, retratando o descanso de carreteiros nas várzeas de Porto Alegre no início do século XX.
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II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu nos Campos de Cima da Serra - 3ª Parte


Dia 15, domingo. O dia amanheceu nublado, mas segundo as previsões do nosso Patrono Zé Fonseca, não iria chover hoje. Como tropeiro velho não se engana, nem coloquei capa na minha sela.
O trajeto.

Reunimos os animais para alimentá-los.




Tomamos um café bem variado, com frutas, pão, queijo, aipim frito, etc.



Sr. Henrique Turella nos recebeu com as mangueiras e galpões limpíssimos. Cuidamos para entregar da mesma forma ou bem próximo do que encontramos, para garantir o pouso em outras tropeadas. Enquanto alguns limpavam dentro dos galpões...


...outros limpavam a parte externa.


Antes de sair, uma ferragem na égua do Edson, que mais se parece com um lenhador norte-americano com esta camisa-jaqueta multicolorida. rssss.


Animais prontos. Alguns não acreditaram nas previsões do velho tropeiro e se encheram de capas.


Últimas prosas com o proprietário.


Momento de reflexão em silêncio. Cada um com sua crença.


Despedimos do Sr. Henrique, agradecendo o pouso, o churrasco de ovelha na noite anterior e toda a estrutura oferecida para os tropeiros. São gestos como do Senhor que nos motiva a continuar com este projeto.

Upa, upa meu burrinho.


E lá se vamos para mais um dia de tropeada.





Jaquirana e Bom Jesus, é para lá!




Luizinho tirando umas chapas.





Araucárias agonizando no campo, provavelmente devido a retirada do sub-bosque, que garante o ciclo nutricional desta formação florestal típica da Serra Gaúcha.


Dois dos tantos cemitérios pelo caminho.



Um túmulo isolado na beira da estrada da década de 50.


Embora não tenha chovido, a temperatura abaixou e todos permaneceram com os casacos, palas e capas.




Luciana, prenda de Taquara, coordenadora da IV Cavalgada das Prendas do Paranhana.


Vou plagiar a frase de um dos maiores Cantores do Rio Grande, Joca Martins: "Aí que eu me refiro", dois grandes nomes do tropeirismo gaúcho, Zoreia (E) e Zé Fonseca (D). Quanta honra está no meio dos dois.


Zé Fonseca é muito conhecido e respeitado na Serra Gaúcha, por onde passa sempre tem um vivente amigo para cumprimentá-lo.



Parada para os apertos necessários.


"Meia Noite" minha guria, fêmea charmosa e vaidosa com seu topete negro. Se fosse prenda seria um perigo deixá-la sozinha, rsss.


Este é o "Alemão" ou "Selvagem", burro de muita personalidade.



Este não é dos nossos, mas queria vir junto.



Falta pouco para chegarmos.


Jaquirana já desponta no horizonte.



Uma das grandes madeireiras da Cidade.


Entrada do Parque de Rodeios Dico Borges.




A burrada relaxando.






O piquete onde ficaram os animais.



O acampamento.


Chegamos era metade da tarde, o Zoreia e o Alan fizeram um revirado de estufar o bucho.




Sobrou pouco!


O Edson não resistiu e foi tirar um cochilo.


A noite caiu logo e com aquela comilança, só consegui tomar um café.




Mas teve alguns que assaltaram as panelas, rsssss.



Veja mais fotos do dia 15, clicando nas imagens abaixo
II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu 15.04.2012 - Valter Sony


II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu 15.04.2012 - Lair

II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu 15.04.2012 - Luciana

II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu 15.04.2012 - Wernek

II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu 15.04.2012 - Zé Ferreira

II Tropeada Cristóvão Pereira de Abreu 15.04.2012 - Zoreia


Como sempre, logo em seguida fomos dormir, porque a puxada será grande no outro dia.
Então, até lá.

5 comentários:

  1. Caro Valter: TU TENS UM FOLEGO DE MULA XUCRA! PARABENS PELO TERCEIRO.
    VITA

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  2. Valter e Zoreia,

    Fico muito emocionado, cada vez que vejo imagens das tropeadas de voces!
    Observa-se, sempre, o determinismo de suas tropeadas, de estarem bem próximas do que se fazia. Não há presença da "mardita" (em excesso...), componente enólico que tanto desvirtua as cavalgadas, que muitos ainda teimam em classificar como "tropeadas".
    Voces fazem uma marcha, realmente real e introspectiva. Ver alguem tirando fotos, se referindo a "morte das araucarias", manter a lida limpa e asseada, cuidar do bem estar do animal, tudo isso é maravilhoso.
    Cada vez que vejo estas imagens, me reporto que deveriam pensar em criar mesmo um "produto" das cavalgadas. Pequenas e também, com pequenos grupos.
    Parabens pelo blog, amigo Valter, voce tem uma especial capacidade de colocar belas e profundas palavras, junto as imagens.

    Um quebra-costela dos buenos,
    Carlos Solera

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    1. Grande Solera,
      Obrigado pelas palavras amáveis e me sinto muito feliz em saber que a nossa persistência seja reconhecida e valorizado, especialmente por ti, que hoje, acredito ser a pessoa que retém uma das maiores bagagem de experiência e conhecimento sobre tropeirismo como um todo. A cada tropeada procuramos sempre aprimorá-la e apresentar o realismo prático dos antigos tropeiros gaúchos. A cachaça, a graspa, o vinho, sempre tem, mas como tu disse com moderação, sem os exageros. Eu mesmo adoro uma boa cachaça ou graspa, rsss. Nesta tropeada as pessoas são escolhidas e convidadas, não é aberta ao público e isso nos favorece o controle de qualidade. Embora com poucos animais soltos, tentamos representar uma tropeada e não uma simples cavalgada. Estamos com muitas ideias para próxima e queremos compartilhar contigo e com a Lucila, mas isso tem tempo. Na 4ª parte tu verás animais com cargueiros descendo e subindo o Rio das Antas. Foi muito emocionante.
      Quanto ao produto “Tropeadas”, acho boa ideia, poucos conhecem esta lida e certamente abriria uma nova porta do turismo equestre.

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    2. Caro dom Valter, buenas.
      As "palavras amáveis", que vc cita, são realmente a consequência do que voces são.
      Fazem as coisas com seriedade e profissialismo, como faziam nossos ancestrais tropeiros em outras eras. E isso é muito dificil ser levado a frente, pois a menor dificuldade, muitos desistem.

      Quanto a "licor dos deuses!", seja a graspa, cachaça ou o vinho, são ferramentas importantes na marcha, pois com moderação, nos estimulam a prosseguir e vencer desafios. Outro dia fui assistir uma em SPaulo e a coisa era assim,...cavaleiro caido de um lado ou outro, tal o nivel etílico. Isso é repugnante e não podemos aceitar, pois essa não era a real prática deles. Eu também adoro um vinito, como não...rsrs.

      Ser um numero menor também ajuda muito, principalmente nisso que vc coloca, a escolha e manutenção da qualidade dos envolvidos. O Paulo Junqueira busca muito isso, também e por isso penso na elaboração de um produto legal de turismo equestre, feito por voces. E fazer o que gostamos e ainda ter algum troco, nada melhor, não é...rsrs.
      Grande abraço,
      Solera

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  3. Valter querido,
    obrigada por me colocar a par das tropeadas de vcs.
    Parabéns a todos e fico fliz de receber tanta informação e tanta belezura!
    Um beijo,
    june Sabino/Tropa da Lua

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