O Tropeiro e seu Parceiro
O que seria do tropeiro sem seu
parceiro animal. Aquele que nos carrega em seu lombo a grandes distâncias, sem
nos cobrar nada, apenas carinho e alimento.
Quando cavalgando nós tornamos um
só, uma única sintonia, homem-animal e enfrentando juntos as intempéries da vida.
Quando a amizade supera os
limites da compreensão humana, a união é muitas vezes até que a morte nos
separe.
E quando a morte chega a tristeza
é dolorida, é como se perdêssemos alguém da família, alguém que passou parte da
vida nos complementando na lida diária.
Acredito que assim se sente meu
grande amigo e irmão de tropeada Marco Aurelio Angeli, o Zoreia, pela perda de
seu grande parceiro de tropeada, “Ademensiano”, animal com o qual compartilhou grandes
aventuras pelo Rio Grande do Sul.
Fica aqui minha homenagem a este
grande personagem da Tradição Gaúcha.
Valter, fiquei muito aliviada com esta tua homenagem...Saibas que meu coração esteve muito apertado e ainda fica quando lembro do Ademenciano. Aqui, nesta mesa, onde agora escrevo, tenho um porta retrato, onde estou abraçada a ele, um animal completamente dócil, um "bebê", como eu o chamava. Tive o privilégio, por muitas vêzes, dele ter sido designado a mim para cavalgar e por esta razão sentí-me muito bem para enfrentar qualquer jornada.Tenho testemunhas que podem comprovar o que ele fez uma vez lá no Cerrito: eu fui para a cavalgadas dos Aparados com pontada de pneumonia ( omiti ao meu médico a façanha da cavalgada), mas meu organismo não me permitiu ir além do Cerrito, onde chegamos e ele ajoelhou-se por três vêzes. Eu o levantava na rédea não entendendo o porque daquele gesto dele...fui entender muito tempo depois daquele ano de 2007. Ele percebeu que eu não estava a mesma e quiz me ajudar...Talvez por ele ser tão especial, o céu o tenha chamado tão cedo. Que saudade do "bebê"...amado Ademi. :(
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