Tradição Gaúcha: 16ª Sesteada de Tropeiros de Jaquirana

No último final de semana (16 de outubro), estivemos (eu e o Wernek) participando da 16ª edição da Sesteada de Tropeiros de Jaquirana/RS. O convite foi feito pela Ludimar Castilho, uma das organizadoras do evento.

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Saímos na sexta (dia 15), após o almoço em direção a Bom Jesus para entregar dois selins a serem restaurados ao Sr. Vilceu dono da Selaria Artcouro, que faz um trabalho de primeira de recuperação em peças de montarias. Para quem precisar o contato é 54- 9968 2259 ou 9967 2767.
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Retornamos a Jaquirana, que dista aproximadamente 36 km de Bom Jesus para o pouso, visto que a movimentação para a cavalgada começaria no dia seguinte às 07:00hs. Passamos na Pousada Vista Alegre de propriedade da Ludimar , um lugar excelente para quem quer tranquilidade e comodidade, além de uma paisagem magnífica. Os contados para se hospedar são 54-3253 1140, 54-992156 e 54-9961 9639 ou pelo site http://www.pousadavistaalegre.tur.br/ . Jantamos por lá uma rodada de pizza, louca de especial! uma massa fininha que parecia papel e que se desmanchava na boca, hummmmm!! Aliás, comida boa é que não falta nestas nossas andanças pelo Rio Grande.

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Conversamos um pouco com a Ludimar, para nos explicar como surgiu esta festa campeira: "A idéia de fazer as sesteadas em Jaquirana surgiu quando cinco tropeiros (Adail Lopes, Adail Carvalho, Pedro Koraleski, Gomercindo Ramos e José Alves Padilha) se reuniram e pediram para o Sr. Vito Castilho emprestado o mato no Morro Grande para eles matarem a saudade do tempo das tropeadas. A proposta foi aceita no dia 28 de novembro foi realizada a 1ª Sesteada de Tropeiros com 25 participantes, sendo 8 a cavalo. Neste mesmo dia já ficou marcado a 2ª Sesteada na Fazenda do Sr. Alcy Rosas. Desde então a Sesteadas prosseguiram e atualmente são realizadas duas por ano, uma nos meses de abril ou maio e outra nos meses de outubro ou novembro. As Sesteadas se tornaram um modo social para reunir as famílias, pois nas últimas edições a média de cavaleiros ficou em torno de 80 a 90 cavaleiros, envolvendo um total de 200 a 300 pessoas que participam desta festa que está se tornando cartão de visitas da cidade."
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Manhã do dia 16, começa a movimentação. Os animais que saíram do Centro de Jaquirana foram embarcados devido as obras na estrada principal que liga até a RS 110. Há muita pedra solta, o que prejudicaria os cascos dos animais.

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Atravessando a RS 110 os animais foram desembarcados e logo em seguida juntou-se uma tropa grande vindos de várias localidades.

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A cavalgada iniciou por volta das 09:00hs em direção a Barra da Chapada na Propriedade do Sr. Ernesto Trevisan, percorrendo aproximadamente 14 km.

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Durante este trajeto a paisagem era fascinante com muitas araucárias centenárias sobressaindo da floresta que se desenvolve ao longo de um relevo acidentado.

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De vez em quando se visualizava o Rio das Antas num corte profundo dividindo as montanhas.

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Muito comum encontrar construções antigas de madeira, tudo harmonicamente ajustado a natureza. Sem dúvida, é um passeio de tirar o chapéu.

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Chegando à propriedade do Sr. Ernesto Trevisan um de seus filhos, Elizeu, recebeu a comitiva com um toque de berrante, as bandeiras se posicionaram a frente, sendo que a do Brasil foi conduzida pelo Prefeito Municipal Ivanor Renato Rauber.

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A família teu boas vindas aos cavaleiros e logo em seguida começou a Missa Crioula em ação de graças ao aniversário do anfitrião, que completava 84 anos de muita história.

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Chê que Missa!!! Eu que não sou muito ligado em religião me emocionei pela forma como foi conduzida a cerimônia pelo Padre Mario Pereira, pura tradição. Eu já vi muita Missa Crioula, mas igual a esta ainda não, até as curucacas (aves da região) acompanhavam junto o coro das músicas, todas tradicionais, uma beleza!

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Momentos de muita emoção, quando sua filha Jandira canta para seu Ernesto.

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Parabéns Crioulo e depois os abraços.

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Que momentos!

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Junto a Missa um churrasco macanudo estava sendo preparado a moda antiga em espeto de pau.

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Após a Missa Crioula, o almoço foi servido, tinha feijoada, quirela, carreteiro, saladas diversas, carnes assada de gado, javali, porco, etc... paçocas de pinhão com charque ou galinha. Chê, era muita comida e para rematar rapadurinhas de leite, de gila, casquinha de laranja cristalizada e outras coisitas mais.

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As famílias bem a vontade.

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E que lugar mais lindo!!!

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Os animais agradecem esta aguada.

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Até um bolicho foi montado no campo pela Sr. Carmem.

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Bom, pensei que iríamos tirar a sesta após tanta comilança, afinal era uma sesteada. Nada disso, durante a tarde teve a dança do cepo, é um tipo de dança das cadeiras só que a cavalo, quando o gaiteiro parava de tocar o cavaleiro tinha que apear e sentar no cepo, mas sempre com o cavalo a cabresto, foi muito divertido.

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Depois a tradicional vaca parada deixou a piazada, a gurizada, as meninas e até mesmo os marmanjos alvoroçados.

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E de repente o baile rolava! Sr. Elvio Varela e sua mãe Marina.

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Antes de partir saboreamos um baita café de chaleira, feito pelo pai da Ludimar, com direito a rosquinha e bolo de laranja.

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Saímos por volta da 17:00hs, pois nosso caminho era longo e por azar pegamos um nevoeiro intenso na entrada da cidade de São Francisco de Paula que nos acompanhou por toda a descida até Taquara. Mas isso faz parte do clima gaúcho. A natureza quis que o Rio Grande fosse assim para preparar o Gaúcho para qualquer adversidade.
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Agradecemos a hospitalidade que a cidade de Jaquirana nos recebeu, principalmente a família Trevisan, que se empenharam em fazer de tudo para não faltar nada e pode ter certeza que, muito pelo contrário, sobrou, sobrou organização, competência, sentimento de importância da família, paixão por aquilo que fazem e acreditam, sobrou também amizade, companheirismo, carinho e respeito por todos que lá estavam.
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Sr. Ernesto, com referência a faixa atrás do Sr., nós é que agradeçemos a oportunidade de compartilhar com vocês estes momentos que só os sentimentos podem explicar, não há palavras que possam descrever a emoção que sentimos neste final de semana.

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Também parabenizamos a Ludimar (junto ao Wernek) e toda a equipe que ajudou a realizar este evento rico em história, cultura, tradição e acima de tudo social.

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Agradeço a gentileza pela cedência das fotos à Francini, Elisa, Ludimar e Wernek.
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Para finalizar deixo estes retratos em alta resolução, que me emocionam e me garantem que a Tradição Gaúcha tem futuro. Parabéns gurizada, mula, cusco e cavalo, vocês são a estampa do Rio Grande.